Mais uma vez a Apple fala com os consumidores nas entrelinhas

CBN News
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Último evento da empresa trouxe uma capacidade monstruosa de processamento dos novos iPads, o que aponta um possível futuro sistema de IA proprietário da marca

Esta semana ocorreu o evento da Apple para anunciar os novos iPads, e como sempre, trouxe as características esperadas: chips ainda mais rápidos, telas com maior definição e tecnologia avançada. Essas novidades deixaram os especialistas com a sensação de que algo ainda maior está por vir em breve.

O novo processador do iPad Pro foi nomeado M4 e é capaz de realizar incríveis 38 trilhões de operações POR SEGUNDO! Isso é muito além do que o usuário comum necessita em condições normais, mesmo para os profissionais. E é aqui que está o ponto crucial.

O anúncio do novo iPad despertou grande interesse nos grupos de especialistas. A expectativa é que essa impressionante capacidade de processamento seja um prelúdio do que a Apple poderá anunciar em breve: um sistema próprio de inteligência artificial que, com máquinas tão rápidas nas mãos dos usuários, poderia operar sem a necessidade de conexão com a internet.

Essa é uma ideia inovadora. Atualmente, muitas máquinas conseguem trabalhar com sites e softwares de IA para gerar textos, áudios e vídeos em alta definição, mas quase sempre exigem conexão com a internet. A informação é constantemente enviada e recebida da nuvem.

Imagine o seguinte cenário: você é um marceneiro e perde duas horas por dia no trânsito a caminho de sua oficina. Agora, imagine substituir o marceneiro por um computador comum e a oficina por nuvens de empresas de tecnologia que recebem ordens para executar tarefas e gerar conteúdos em IA.

Os 38 trilhões de operações que o novo chip da Apple pode realizar seriam mais do que suficientes para permitir que o computador execute as tarefas sem depender constantemente da nuvem.

Assim como evitar o trânsito economiza tempo para o trabalhador, não depender da nuvem para executar operações acelera significativamente o funcionamento de uma máquina, especialmente para uso profissional.

E essa novidade é realmente algo grandioso? Não tanto assim, outras empresas já anunciaram tecnologias semelhantes ou que têm o mesmo objetivo.

A diferença está na liderança da Apple. No início deste ano, eles ultrapassaram a Samsung em número de vendas e se tornaram líderes globais, mesmo sem oferecer smartphones com preços populares como os concorrentes.

A capacidade de esperar é uma vantagem. Sempre que uma empresa lança uma tecnologia primeiro, está sujeita a muitos bugs e problemas, porque o sistema ainda não foi testado em larga escala. A Apple é para o mercado de tecnologia o que a Toyota é para o mercado automobilístico.

O Corolla foi um dos últimos carros a sair de fábrica com uma tela multifuncional no painel. As primeiras versões desses sistemas eram ruins, com lentidão, tela de toque pouco funcional, entre outros problemas.

Enquanto a concorrência anunciava essas tecnologias como grandes diferenciais, muitos consumidores ficavam frustrados porque a experiência de uso não era boa. Isso manchou a imagem de várias montadoras.

Quando as telas multifuncionais evoluíram e o mercado determinou qual era a melhor, a Toyota escolheu a tecnologia e a implementou em seus carros.

O que a Apple faz é semelhante: “Deixe todo mundo anunciar suas próprias tecnologias, e o mercado vai escolher as melhores. Aprendo com os erros dos outros e desenvolvo minha própria IA com menos chance de erro.”

Isso pode ser interpretado pelo consumidor como uma empresa que talvez não inove tanto, mas a Apple tem um histórico de inovação. O Vision Pro, por exemplo, tem potencial para mudar a maneira como nos relacionamos com a tecnologia. No entanto, a empresa adota uma abordagem cautelosa.

Além disso, a Apple já inovou bastante no passado recente. Ela se tornou mais do que uma marca que vende soluções; quem compra um produto da Apple adquire um objeto de desejo.

A Samsung saiu na frente com o tema IA e tem obtido resultados impressionantes. Quem está certo, a maçã ou o resto do pomar? Nenhuma inteligência artificial pode responder com certeza. A única maneira de saber é com o tempo.

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